segunda-feira, 12 de março de 2012

10/03/2012 | MAIS TV Desejo antigo Como a sedutora concubina Rispa, Raquel Nunes se sobressai em "Rei Davi"

Há tempos Raquel Nunes torcia para fugir de personagens contemporâneas ligadas à violência. Depois de sucessivas atuações com temáticas policiais, como a delegada Maria do Carmo, de "Vidas Opostas", e a policial Márcia, de "Bela, A Feia", a atriz sonhava em voltar à tevê com um papel diferente. "Devo me encaixar bem em personagens justiceiras, mas estava louca por um trabalho diferente e sou maluca por tramas de época", vibra a atriz, que interpreta Rispa que ganha ares sensuais na tevê na minissérie "Rei Davi", na Record. Na história, que se passa por volta de mil anos antes de Cristo, Raquel teve material suficiente para se debruçar em pesquisas históricas para compor a concubina preferida de Saul, vivido por Gracindo Jr. No entanto, Rispa é apaixonada pelo general do exército de Saul, seu guerreiro de confiança, o que faz com que a personagem viva em constante conflito com o amor proibido. "Essa personagem caiu como uma luva nesse meu momento de maior amadurecimento pessoal e profissional", avalia a atriz.
Depois de se saciar em pesquisas históricas sobre os hábitos das mulheres da época e assistir a produções bíblicas e ao seriado "Roma", Raquel voltou a ler as passagens de Davi e de Rispa na Bíblia. Com essas informações, esculpiu uma personagem sensual, porém marcada por traumas antigos. "Ela tem um olhar sofredor, mas forte. É uma personagem que passa pela sensualidade, pela fragilidade e pela força. Tem várias facetas. Bem mais enriquecedor que fazer uma menininha de praia aqui do Rio", compara.
O envolvimento desta atriz carioca com papéis de época começou há tempos, desde "Essas Mulheres", sua primeira personagem na Record, há sete anos. Antes disso, atuou em diversas novelas na Globo desde sua estreia na emissora em "Lua Cheia de Amor", há 21 anos. Logo depois, antes mesmo de atuar em "Malhação", em 1997, a atriz participou de uma das primeiras Oficinas de Atores da Globo. "Comecei nesta carreira totalmente por acaso. Não era aquela criança que falava que queria ser atriz", lembra.
Raquel começou fazendo diversos comerciais de dança desde que participou de um longa do Renato Aragão. Afinal, a academia em que dançava foi convidada a ceder algumas bailarinas para cenas de balé do filme. Daí em diante, ela começou a ser convidada para comerciais até ser escalada para sua primeira novela na Globo. "Eu era desinibida. Quando a pessoa nasce com a coisa, não tem jeito. Mas eu era uma fedelha, tinha uns 12, 13 anos", lembra, aos risos.
Aos 35 anos e mais de 15 novelas e minisséries no currículo, Raquel acredita que só começou a fazer papéis de mais destaque na carreira após um amadurecimento profissional. Para ela, quando ainda estava na Globo, seus personagens não tinham tanta visibilidade quanto seus últimos papéis na Record, como a sofredora Olímpia, uma mulher de bandido no seriado "A Lei e o Crime", que rendeu indicações a prêmios de Melhor Atriz na época. "Quando estava na Globo, não levava a profissão e a vida a sério. Tudo havia acontecido por acaso e era uma grande brincadeira. Meu amadurecimento veio mais tarde, casada, sem estar mais na casa de papai e mamãe", analisa. 

Fonte:Notícia publicada na edição de 10/03/2012 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 003 do caderno Mais Tv - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
  http://portal.cruzeirodosul.inf.br/acessarmateria.jsf?id=371061

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