terça-feira, 18 de maio de 2010
Após reconhecimento no teatro, atores buscam um lugar na TV
A tevê é considerada uma espécie de vitrine para o trabalho dos atores. Mas esse mostruário é competitivo e conquistar espaço nele não é fácil. Nem para aqueles que acumulam anos de experiência nos palcos.
Muitos atores do teatro, mesmo com dezenas de peças e prêmios no currículo, penam para emplacar na tevê. "A dinâmica da televisão me assustava, mas hoje sinto prazer em ainda não dominar as técnicas. É um trabalho que me instiga", teoriza o ator Marcelo Valle, que, após mais de 20 anos de teatro, interpreta hoje seu papel de maior destaque na tevê, o produtor Osmar de Viver a Vida, seis anos depois de ter feito sua estreia na Globo na novela Celebridade.
Os atrativos da tevê não são poucos. Com um alcance de milhões de pessoas e mais estrutura e recursos do que o teatro, o veículo costuma oferecer um bom retorno financeiro. Mas Marcelo garante que seu trabalho nas novelas não é motivado por nada disso, e sim por uma "necessidade artística" de atuar em outro ambiente.
Assim como ele, o ator Jairo Mattos, intérprete do divertido Gaulês de Tempos Modernos, afirma que busca nas novelas apenas uma maneira diferente de fazer arte. "O teatro é minha casa e é de lá que tiro o meu sustento. Mas nunca me desliguei da tevê. Ela funciona como uma espécie de férias para mim", avalia ele, que acumula as funções de ator, diretor e produtor no teatro há quase 30 anos.
Após a estreia na tevê como o galã Tadeu Junqueira em Barriga de Aluguel, em 1990, Jairo sentiu a necessidade de se aprofundar na profissão. E assim o ator, que somente agora faz sua segunda novela do início ao fim, passou a priorizar a carreira no teatro.
A busca por reconhecimento nos palcos também foi importante para a atriz Mônica Martelli, que, após trabalhos pouco expressivos na tevê, ganhou prestígio e papéis de destaque depois do sucesso com a peça Os Homens São de Marte... e É Prá Lá que Eu Vou. Mas o êxito nos palcos não é suficiente para garantir bons personagens fora deles.
O ator Rafael Primot, o tímido Ícaro de Bela, A Feia, demorou a conseguir um bom papel em novelas, mesmo com uma carreira premiada no teatro e no cinema. "Só agora tenho uma oportunidade de crescer na tevê. Como não sou de esperar muito, acabava criando os meus próprios trabalhos fora dela", conta o ator, escritor e diretor de 27 anos, que faz participações em novelas desde 2003.
Para Werner Schunemann, que começou sua carreira no teatro e ganhou reconhecimento como ator e diretor no cinema, a adaptação ao trabalho na tevê é uma tarefa mais difícil. "Novela exige um dinamismo muito maior e a gente tem de descer das tamancas. O teatro tem uma rotina que torna tudo mais fácil", compara o ator, que interpretará um empresário mau-caráter em Passione, próxima novela das oito da Globo.
Mas nem todos sentem essa dificuldade no trabalho na tevê. A atriz Rosi Campos, que recentemente viveu a matriarca Genoveva em Cama de Gato, defende que a grande vantagem de atuar em novelas é dispor de uma estrutura muito mais difícil de se conseguir no teatro. "É muito gostoso chegar ao estúdio, decorar e gravar sem se preocupar com nada. No teatro, fazer uma peça pode ser uma verdadeira empreitada", considera.
Veterana no teatro, onde começou há 30 anos, a atriz confessa que ainda não se considera muito experiente na tevê, mesmo já tendo atuado em 13 novelas. "A tevê ainda me surpreende, não só em função do processo produtivo, como também por causa dos personagens, que são reconstruídos a todo momento", pondera.
Medo dos palcos
Enquanto muitos atores vindos do teatro se esforçam para consolidar uma carreira na tevê, outros que deram seus primeiros passos em novelas demonstram receio em enveredar pelos palcos. A ideia de encenar em frente a uma plateia, sem direito a cortes e edição, parece assustar alguns deles. É o caso do ator Filipe Galvão, o Fiuk, que faz sua estreia na tevê na pele do protagonista Bernardo de Malhação ID. "Não tenho cacife para teatro porque ainda estou aprendendo. Seria um passo muito ousado", confessa.
A atriz Raquel Nunes, que vive a delegada Márcia em Bela, A Feia, também não esconde sua preferência pela tevê. Embora já tenha realizado alguns trabalhos no teatro, ela conta que não sente falta de atuar nos palcos. "Minha carreira é canalizada para a tevê. É o que eu amo fazer. Não gosto de ficar longe dos estúdios", afirma.
Fonte:http://diversao.terra.com.br/tv/noticias/0,,OI4427072-EI12993,00-Apos+reconhecimento+no+teatro+atores+buscam+um+lugar+na+TV.html
Postado por Anna Lucia em 18/05/2010 às 17:47hs
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