Antes de interpretar a sofrida Olímpia em A lei e o crime, da Record, Raquel Nunes viveu a delegada justiceira Maria do Carmo, em Vidas opostas, novela que deu origem ao seriado, em 2006. Embora esteja no mesmo clima de trama policial, a atriz teve dificuldades para compor a nova personagem, que é vítima de uma tragédia familiar. Depois de um período afastada para cuidar do filho Bernardo, retomar o enredo em posição diferente fez com que Raquel se sentisse enferrujada. “Essa personagem é muito diferente do meu trabalho anterior e o fato de ficar um ano parada deixa você um pouco fria”, reflete. No primeiro episódio da série, a moça passa por terrível tragédia. O pai da personagem é assassinado pelo marido dela. Mas sua paixão cega faz com que ela passe por cima de tudo e o siga. Aos 32 anos, Raquel garante que, apesar de não ter sofrido nada parecido, a maternidade a deixou mais sensível. “Tive uma preparação interna, busquei dentro de mim sentimentos análogos aos que a personagem ia viver”, explica. Mas considera o papel de extrema importância para seu futuro. “Esse é minha primeira personagem desde que me tornei mãe. Estou mais amadurecida. Considero Olímpia o papel mais importante da minha carreira”, afirma. Por outro lado, enfrentar um novo estilo televisivo deixou a atriz com medo de não corresponder às expectativas. O seriado, com formas diferentes de produção, assemelha-se mais ao cinema do que à novela e fez com que Raquel se dedicasse a exercícios de concentração. “Quando você pega um papel superficial, é mais fácil voltar a se concentrar na hora do ‘gravando’”, acredita. Apesar de interpretar uma típica “mulher de bandido”, que percebe o mau-caratismo do marido e continua com ele, Raquel defende o rumo de sua personagem. A atriz torce para que no final eles fiquem juntos. “Estou completamente do lado dela, totalmente envolvida com Olímpia, torço pelo amor dos dois”, justifica. Com 24 anos de trabalho, Raquel estreou em 1985, no filme Os Trapalhões no reino da fantasia. Na tevê, começou seu trajeto como elenco de apoio da Globo. A primeira participação em novela foi em Lua cheia de amor, em 1990. Depois de 14 anos na emissora e inúmeros papéis, foi na Record, em 2005, que a atriz conseguiu firmar sua carreira. “Entrei na Record no início, então a emissora não tinha quase elenco, e tenho recebido papéis maravilhosos. Na Globo, há muitos atores competentes, é difícil dividir espaço”, observa. Raquel não sabe se haverá uma nova temporada de A lei e o crime, nem se fará parte do elenco. Mas sente que está em uma nova fase. E espera que em seu próximo trabalho possa ter a oportunidade de interpretar uma vilã. “Tenho curiosidade de ver até onde conseguiria chegar, como buscaria dentro de mim alguns aspectos para poder jogar na personagem”, confessa.
Fonte: Correio Braziliense https://www2.correioweb.com.br/cbonline/tv/sup_tv_77.htm
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